Em Portugal, no dia 1 de novembro, no dia de Todos os Santos, existe
uma tradição chamada "Pão por Deus" ou "Dia dos Bolinhos",
em que as crianças, de manhã bem cedinho, saem à rua em pequenos grupos para
pedir o "Pão por Deus" e recebem como oferenda: pão, broas, bolos, romãs e
frutos secos, que colocam dentro dos seus sacos de pano.
Esta tradição teve origem em Lisboa em 1756, um ano
depois do terramoto que destruiu Lisboa e no qual morreram milhares de pessoas.
Como a data do terramoto coincidiu com uma data com significado religioso, de
forma espontânea, no dia em que se cumpria o primeiro aniversário do terramoto,
a população aproveitou a solenidade do dia para desencadear, por toda a cidade,
um peditório, com a intenção de minorar a situação paupérrima em que ficaram.
As pessoas percorriam a cidade, batiam às portas e pediam que lhes fosse
dada qualquer esmola, mesmo que fosse pão, dizendo "Pão por Deus".
Esta tradição perpetuou-se no tempo, sempre comemorada neste dia, e tendo-se propagado gradualmente a todo o país.
Ao pedir o "Pão por Deus", as crianças recitam:
“Pão-por-Deus,
Que
Deus nos deu,
Dê-nos
uma coisinha
Por
alminha dos seus.”
"Pão por Deus,
Fiel de Deus,
Bolinho no saco,
Andai com Deus."
Quando os donos da casa dão
alguma coisa:
"Esta casa cheira a broa
Aqui mora gente boa.
Esta casa cheira a vinho
Aqui mora algum santinho."
Quando os donos da casa não
dão nada:
"Esta casa cheira a alho
Aqui mora um espantalho
Esta casa cheira a unto
Aqui mora algum defunto."
“O gorgulho gurgulhote
Lhe dê no pote,
E não lhe deixe
farelo nem farelote.”
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