sexta-feira, 24 de novembro de 2023

PAT R apresentou "Os Homens Nunca Saberão Nada Disto" na ESL

No dia 21 de novembro, Pat R, nome artístico da escritora Patrícia Ribeiro, visitou a Escola Secundária de Loulé, numa organização da Biblioteca Escolar, e apresentou a sua obra “Os Homens Nunca Saberão Nada Disto”, um projeto que se expande para além do romance, sendo igualmente um projeto artístico que associa um livro de ilustrações e um CD musical à obra estritamente literária.



















A autora , natural de Évora, nasceu em 1993 e viveu nesta cidade até aos dezoito anos, altura em se mudou para Lisboa.

Estudou Estudos Artísticos, Publicidade e Marketing e Cinema , na Escola Superior de Teatro e Cinema, e em 2014 decidiu dedicar-se exclusivamente à escrita, dando seguimento a uma vocação e a um gosto que a acompanha desde muito cedo, resultado de ter crescido num ambiente altamente influenciador a nível artístico.

Desde publicou, para além de “Os Homens Nunca Saberão Nada Disto”, a novela "Inépcia", "O Pijama da Gata" e o livro ilustrado "Do David sobre o David"( com ilustrações de helena Soares), obra centrada na figura de David Bowie e orientada para um público de menor idade.

"Os Homens Nunca Saberão Nada Disto, publicado em dezembro de 2015, desenvolveu-se num projeto artístico mais alargado, com a colaboração, desde 2016, de diferentes ilustradores que culminou num livro autónomo de ilustrações, em que estas são associadas a um CD com músicas originais criadas para representar a banda musical ficcional Ouranos (colaboração musical de Mike Ghost e Fernando Matias), referida no romance.

Pat apresentou este universo criativo em três sessões que preencheram o auditório do bloco F, tendo despertado o fascínio dos alunos presentes, que interagiram de forma muito interessada com a autora no período disponibilizado para as questões.




sexta-feira, 10 de novembro de 2023

O Ilustrador Paulo Galindro apresentou "Sobre a vida secreta dos livros e a coragem de se ilustrar sem tecla Undo"

Em 9 de Novembro do presente ano, a Escola Secundária de Loulé recebeu o ilustrador Paulo Galindro, co-autor de bastantes obras, nomeadamente "O Cuquedo" e "O tubarão na banheira".
Numa organização da Biblioteca Municipal, com o apoio da Biblioteca Escolar, Paulo Galindro falou de criatividade e técnica, dos equívocos que são o "Jeito para o desenho" e "a inspiração", do papel fundamental da tentativa, do erro e do imprevisto no trabalho artístico, e apresentou o seu processo criativo, dos diários gráficos à concretização.
E, "cereja no topo do bolo", brindou os alunos e professores que encheram o auditório José António Madeira, com a realização ao vivo de uma ilustração alusiva a um excerto de poeta Casimiro de Brito, natural de Loulé.
Depois desta fantástica apresentação, ficámos todos a saber que Paulo Galindro, além de um grande ilustrador, é também um enorme comunicador.


Fotografias do prof. Júlio Ribeiro e de Cristiano Eusébio (12ºL e Clube de fotografia Camera Lucida)






segunda-feira, 12 de junho de 2023

Rádio escola - novo visual

Os alunos da turma 11.ºL desenvolveram propostas de decoração da cabine da Rádio escolar, que ficaram em exposição nas vitrines existentes junto à nossa Biblioteca e no nosso Instagram.

As propostas foram, assim, colocadas para votação, os alunos escolheram e a proposta escolhida foi executada.

Assim, a nossa rádio escolar ficou com um novo visual.

Fotos Rádio escola - novo visual

sexta-feira, 2 de junho de 2023

O silêncio também fala


Convite à Meditação e à Harmonia - O silêncio também fala


O GPS (Gabinete Para a Solidariedade) e a Biblioteca Escolar vão promover sessões de meditação, entre 10 e 14 de outubro.

Contamos convosco!


Falando com o CORAÇÃO. O GPS (Gabinete Para a Solidariedade) e a Biblioteca Escolar convidam-vos os a viver o êxtase da vida quotidiana, aprendendo a reconhecer a verdadeira beleza que existe em nós mesmos e no mundo, e a encontrar o apoio a que o nosso espírito aspira.

Na semana de 10 a 14 de outubro, o GPS(Gabinete Para a Solidariedade) e a Biblioteca Escolar com a participação da artista residente, Marta La Piedad, promovem sessões de meditação com o objetivo de desenvolver em cada um de nós a capacidade de olhar para dentro e ampliar a consciência de nós mesmos e das nossas relações com os outros.

Neste momento e, para a semana citada, recebemos inscrições através dos professores. Depois, quem estiver interessado, (professores, alunos, funcionários) poderá dirigir-se a uma das funcionárias da Biblioteca que encaminhará o vosso pedido de forma a programar a sessão meditativa, em pequenos grupos ou individualmente. 

Aguardamos a vossa participação. Bem hajam!


Atividades realizadas (Artista residente Marta La Piedad)


1.º PERÍODO

11out

Turmas:

11º D - 27 alunos- Ascensão Madeira

10º I - 22 alunos - Ascensão Madeira

11º Us - 9 alunos - Nélia Leal


12out

Turmas:

10º Us - 9 alunos - Nélia Leal

10º Ud - 25 alunos - Joana Gonçalves



13out

Turmas:

12º Ut/Us - 22 alunos - Cecília Correia

11º H - 27 alunos - Ascensão Madeira

10º Uv- 21 alunos - Ana Dias


14out

Turmas:

11º Uu - 9 alunos - Liliana Bota 

12º Uv - 17 alunos - Nélia Leal 

11º Uv - 12 alunos - Ana Dias


19out

Turmas:

12º K - 21 alunos - Hélder Teixeira

- 2 alunos Erasmus+ Suécia, escola Klara Teoretiska Gymnasium


2.º PERÍODO

Turmas:

14mar

12.º H - 21 alunos - Eduarda Rodrigues

10.º Ud - 1 aluno - S/ prof.


16mar

12.º C/E/J - 24 alunos - Eduarda Rodrigues


3.º PERÍODO


Turmas:

18abril

11.º J - 18 alunos - Arlete Casaca

11.º A/B - 29 alunos - Arlete Casaca


21abril

11.º I - 27 alunos - Arlete Casaca + 9 Professores Job Shadowing - Fin/ Sue/ Esp


02junho

12.º I - 21 alunos - M.ª Eduarda Rodrigues


19 Sessões -1 tempo - 19h

quinta-feira, 1 de junho de 2023

O amor passa pela biblioteca

No dia 5 de junho realizou-se na nossa biblioteca uma atividade designada o "Amor passa pela Biblioteca" foi dinamizada pelos professores José Justino, Gilberto Jacinto e pela turma 10.º G. 
Foi um momento muito especial de música e poesia.


quinta-feira, 11 de maio de 2023

Sugestões de leitura

 

A Vila dos tecidos


Ler é um prazer um dos maiores prazeres. Porque quando lemos, viajamos, pensamos …

Era uma vez uma menina pobre que trabalhava na cozinha de uma mansão de patrões ricos na 1ª metade do século XX em Ausburg na Alemanha.
O século XX é tão cheio de acontecimentos que os escritores sentem uma inequívoca vontade de escrever sobre ele. A constante evolução da tecnologia e a situação geopolítica que deu origem a duas grandes guerras e a tudo o que dai adveio, são mananciais para qualquer escritor fazer deste século o mais rico literariamente.
‘A Vila dos Tecidos´ conta-nos a história da família Melzer na Alemanha em 1913 e de todos os que vivem à sua volta e à volta da fábrica dos tecidos, mostrando-nos os paradoxos sociais da vida da classe rica – os donos da fábrica e da mansão e a luta dos trabalhadores a classe pobre e sem privilégios que luta por um futuro melhor.
No primeiro volume travamos conhecimento com Maria, órfã, que no princípio do século XX vai trabalhar para a mansão da família Melzer e que, como todas as heroínas, tem um passado triste que ela própria desconhece assim como um segredo que traz para esta família.
Como em todos os romances, temos o amor entre a menina pobre e o rapaz rico, o rapaz que estudava em Munique e que não se interessava por nada do que se passava em Augsburgo, até se encontrar com Marie.
Parecido com Downton Abbey, ou com a família Bellamy, Marie vai tornar-se o elo de ligação entre o andar de baixo e o andar de cima - downstairs e upstairs – .
Augsburgo, 1916 - 2º volume “As filhas da vila dos tecidos “mergulhamos, com a família Melzer nos dramas da 1ª Guerra Mundial – vista pelos olhos dos alemães -. Os Melzer transformam a mansão num hospital, Elizabeth uma das Melzer, torna-se enfermeira e é ajudada por todos, incluindo os criados.
No 3º volume a guerra continua e a morte chega à Vila dos Tecidos, assim como todos os problemas que advém dos soldados que regressam, uns estropiados outros com graves problemas psicológicos. O final deste volume chega com o final da guerra.
Mas a história não acaba aqui … há mais volumes à nossa espera …
Num tempo em que a condição feminina começa a mudar – ainda que tenuemente – esta saga mostra-nos a mudança de algumas convenções que a guerra obriga a mudar. Impossível não gostarmos das personagens, da sensatez da personalidade da Marie, da infantilidade de Kitty (até o diminutivo de Katherine – Kitty – é infantil), a postura de Paul Melzer que não tem qualquer receio em assumir o seu amor pela ‘criada’, os ciúme de Elizabeth!
A Vila dos Tecidos e as suas continuações são romances que valem a pena ler.
 
Prof.ª Cristina Guerreiro 
 



Reescrever os clássicos

 Reescrever os clássicos

Não me tirem a Enid Blyton

Enid Blyton

Para quem vivia nos anos 60 em Portugal – um Portugal “amordaçado” – e pior numa vila no sul onde não se passava nada, Enid Blyton “salvou” a minha infância e pré adolescência. Dois rapazes e duas raparigas - uma delas que gostaria de ser rapaz – quem é que não gostaria de ser rapaz naquela altura? – Viviam aventuras extraordinárias sempre que estavam de férias. E, para além disso, tinham um cão espetacular, o Tim, comiam scones, bebiam chá, faziam picnics. Eram bons alunos – tinham que ser para ir passar as férias com o tio Alberto. Depois havia um colégio em Londres onde estavam as gémeas O’Sullivan e um colégio das 4 torres na Cornualha que me fizeram ter vontade de andar num colégio interno. Devia ser mais giro do que andar no colégio da D. Arlinda em Loulé. Havia livros de Mistério onde havia um Frederico gordinho, havia outros que tinham uma catatua Didi, havia histórias no circo, havia “Os Sete” com um clube que tinha senhas para se poder entrar. 

Dizem, agora, que a senhora era racista, misógina e não sei o quê mais - porque não se pode dizer/escrever gordo, feio, judeu, cigano ou gay … 

Enid Blyton viveu entre 1897 e 1968. Se ela escreveu que a personagem “George” - a Zé dos livros dos Cinco em português -“ela tem de aprender que nunca será tão boa como um rapaz real”, ela tinha toda a razão. Nos anos 20 do século XX as raparigas não conseguiam fazer nada do que os rapazes faziam. As mulheres eram donas de casa nos livros dos Cinco. E não eram? Os jovens diziam que os pretos eram maus? Não diziam? Escrevia-se à luz do que se fazia na época. Vão mudar? E as pessoas vão ficar a pensar o quê? Que afinal no início do século 20 as pessoas já eram todas politicamente corretas? Não eram. Ela utilizava a palavra “gay”? Claro que sim. Gay significa "alegre", "jovial" originariamente, a palavra não tinha conotação sexual, era usada para designar uma pessoa espontânea, alegre, feliz, que era como a autora designava os Cinco. A literatura inglesa e americana desta época não utilizava a palavra “gay” com a conotação de “homossexual” que lhe damos hoje.

Não devemos adaptar as obras às sensibilidades de hoje se as obras não são escritas hoje. Não podemos pôr um autor dos anos 20 do século XX nos anos 20 do século XXI. Estamos a desrespeitar o autor. Como diz Pilar del Rio "… é um desrespeito pelo autor, também com os leitores considerados incapazes de entender as obras literárias que foram deixadas para ser entendidas na integridade".

Esquecem-se que Enid Blyton, tal como Agatha Christie ou Roal Dahl, criaram gerações de leitores! Não me parece que os jovens que os leram se tivessem tornado homens e mulheres com comportamentos inaceitáveis.

Li todos os livros da Enid Blyton – os que havia em Portugal - e de Agatha Christie – especialmente os de Poirot e não sou nem misógina, nem racista, nem xenófoba, antes pelo contrário, sou e sempre fui a favor dos direitos das mulheres e pela igualdade de oportunidades entre todos. As obras dos escritores são o produto do seu tempo e retirar as obras do contexto atualizando-as de acordo com as morais vigentes é alterar a história.

Vamos retirar as referências aos judeus antes da segunda guerra? Então porque existiu a segunda guerra se afinal todos gostavam de todos?

Não nos podemos esquecer que já vivemos uma época de lápis azul (censura - para quem não conhece a história recente de Portugal) e que Hitler mandou queimar livros e não foi assim há tanto tempo!!

Querem reescrever a história? Não se pode fazer isso!


Prof.ª Cristina Guerreiro