quinta-feira, 11 de maio de 2023

Sugestões de leitura

 

A Vila dos tecidos


Ler é um prazer um dos maiores prazeres. Porque quando lemos, viajamos, pensamos …

Era uma vez uma menina pobre que trabalhava na cozinha de uma mansão de patrões ricos na 1ª metade do século XX em Ausburg na Alemanha.
O século XX é tão cheio de acontecimentos que os escritores sentem uma inequívoca vontade de escrever sobre ele. A constante evolução da tecnologia e a situação geopolítica que deu origem a duas grandes guerras e a tudo o que dai adveio, são mananciais para qualquer escritor fazer deste século o mais rico literariamente.
‘A Vila dos Tecidos´ conta-nos a história da família Melzer na Alemanha em 1913 e de todos os que vivem à sua volta e à volta da fábrica dos tecidos, mostrando-nos os paradoxos sociais da vida da classe rica – os donos da fábrica e da mansão e a luta dos trabalhadores a classe pobre e sem privilégios que luta por um futuro melhor.
No primeiro volume travamos conhecimento com Maria, órfã, que no princípio do século XX vai trabalhar para a mansão da família Melzer e que, como todas as heroínas, tem um passado triste que ela própria desconhece assim como um segredo que traz para esta família.
Como em todos os romances, temos o amor entre a menina pobre e o rapaz rico, o rapaz que estudava em Munique e que não se interessava por nada do que se passava em Augsburgo, até se encontrar com Marie.
Parecido com Downton Abbey, ou com a família Bellamy, Marie vai tornar-se o elo de ligação entre o andar de baixo e o andar de cima - downstairs e upstairs – .
Augsburgo, 1916 - 2º volume “As filhas da vila dos tecidos “mergulhamos, com a família Melzer nos dramas da 1ª Guerra Mundial – vista pelos olhos dos alemães -. Os Melzer transformam a mansão num hospital, Elizabeth uma das Melzer, torna-se enfermeira e é ajudada por todos, incluindo os criados.
No 3º volume a guerra continua e a morte chega à Vila dos Tecidos, assim como todos os problemas que advém dos soldados que regressam, uns estropiados outros com graves problemas psicológicos. O final deste volume chega com o final da guerra.
Mas a história não acaba aqui … há mais volumes à nossa espera …
Num tempo em que a condição feminina começa a mudar – ainda que tenuemente – esta saga mostra-nos a mudança de algumas convenções que a guerra obriga a mudar. Impossível não gostarmos das personagens, da sensatez da personalidade da Marie, da infantilidade de Kitty (até o diminutivo de Katherine – Kitty – é infantil), a postura de Paul Melzer que não tem qualquer receio em assumir o seu amor pela ‘criada’, os ciúme de Elizabeth!
A Vila dos Tecidos e as suas continuações são romances que valem a pena ler.
 
Prof.ª Cristina Guerreiro 
 



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