segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Sinos a tocar. Alegra-se a alma. O Natal está a chegar!





                                                               

Entremos, apressados, friorentos, 
Numa gruta, no bojo de um navio, 
Num presépio, num prédio, num presídio 
No prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos, e depressa, em qualquer sítio,
Porque esta noite chama-se Dezembro,
Porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,
Duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
A cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
Talvez seja Natal e não Dezembro,
Talvez universal a consoada.


David Mourão-Ferreira, Cancioneiro de Natal




NATAL À BEIRA-RIO


É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
a trazer-me a água da infância ressurrecta.

Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
que ficava, no cais, à noite iluminado…

Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra me envolvia
mais da terra fazia o norte de quem erra.

Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
à beira desse cais onde Jesus nascia…
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
precisam de Jesus, do Mar, ou de Poesia?

David Mourão Ferreira, Cancioneiro de Natal, 1971





                                                               ROSAS DE INVERNO


Corolas, que floristes
Ao sol do inverno, avaro,
Tão glácido e tão claro
Por estas manhãs tristes.

 

Gloriosa floração,
Surdida, por engano,
No agonizar do ano,
Tão fora da estação!

 

Sorrindo-vos amigas,
Nos ásperos caminhos,
Aos olhos dos velhinhos,
Às almas das mendigas!

 

Desse Natal de inválidos
Transmito-vos a bênção,
Com que vos recompensam
Os seus sorrisos pálidos.


Camilo Pessanha

















Árvore de Natal construída com a colaboração dos alunos da escola. Esta atividade foi desenvolvida pela Biblioteca da Escola e pelo Gabinete do Adolescente.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

#NAMORARNÃOÉSERDON@


 




Face à situação atual, que nos obriga a todos a praticar, mais que nunca, o distanciamento social e a cumprir as regras emanadas pela DGS, as atividades previstas com a APAV – Gabinete de apoio de Loulé serão todas dinamizadas via Zoom.

 

Foram realizadas quatro sessões para assinalar o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.



















Em articulação com o MAPS, movimento de Apoio à Problemática da SIDA, será realizada uma sessão de sensibilização sobre a esta temática, via zoom, no dia 02 de dezembro, das 10.25h às 11.15h. 





 

sábado, 31 de outubro de 2020

Halloween ou Pão-por-Deus

 


OU PÃO-POR-DEUS?

Em Portugal, no dia 1 de novembro, no dia de Todos os Santos, existe uma tradição chamada "Pão por Deus" ou "Dia dos Bolinhos", em que as crianças, de manhã bem cedinho, saem à rua em pequenos grupos para pedir o "Pão por Deus" e recebem como oferenda: pão, broas, bolos, romãs e frutos secos, que colocam dentro dos seus sacos de pano.

Esta tradição teve origem em Lisboa em 1756, um ano depois do terramoto que destruiu Lisboa e no qual morreram milhares de pessoas. Como a data do terramoto coincidiu com uma data com significado religioso, de forma espontânea, no dia em que se cumpria o primeiro aniversário do terramoto, a população aproveitou a solenidade do dia para desencadear, por toda a cidade, um peditório, com a intenção de minorar a situação paupérrima em que ficaram.

As pessoas percorriam a cidade, batiam às portas e pediam que lhes fosse dada qualquer esmola, mesmo que fosse pão, dizendo "Pão por Deus".

Esta tradição perpetuou-se no tempo, sempre comemorada neste dia, e tendo-se propagado gradualmente a todo o país.


DOÇURA OU TRAVESSURA?


O TERMO "HALLOWE'EN" SURGIU NO SÉCULO XVII E É UMA ABREVIATURA ESCOCESA DE "ALLHALLOW-EVEN", LITERALMENTE "NOITE DE TODOS OS SANTOS" ("EVEOFALLSAINTS"). 

HALLOWEEN REMONTA A UMA ANTIGA CELEBRAÇÃO CELTA, O SAMHAIN, QUE MARCAVA O FIM DO VERÃO, O INÍCIO DO INVERNO, O FIM DAS COLHEITAS E O INÍCIO DO NOVO ANO QUE SE COMEMORAVA A 1 DE NOVEMBRO. APESAR DE TER SIDO SUBSTITUÍDO NO SÉCULO VII POR UMA FESTIVIDADE CATÓLICA, MAIS DE DOIS MIL ANOS DEPOIS, PESSOAS POR TODO O MUNDO CONTINUAM A CELEBRAR A CHEGADA DO INVERNO DA MESMA FORMA QUE OS ANTIGOS CELTAS — COM UMA GRANDE FESTA REPLETA DE DOCES E MÁSCARAS.

TRADICIONALMENTE  DURAVA TRÊS DIAS, COINCIDINDO ATUALMENTE COM AS CELEBRAÇÕES CATÓLICAS DA VIGÍLIA DE TODOS OS SANTOS (NOITE DE 31 DE OUTUBRO), DIA DE TODOS OS SANTOS (1 DE NOVEMBRO) E DIA DOS FIÉIS DEFUNTOS (2 DE NOVEMBRO).

ACREDITAVA-SE QUE OS MORTOS SE LEVANTAVAM E SE APODERAVAM DOS CORPOS DOS VIVOS. POR ESSE MOTIVO, ERAM USADAS FANTASIAS E A FESTA ERA REPLETA DE AMULETOS SOMBRIOS COM O INTUITO PRINCIPAL DE SE DEFENDEREM DESSES MAUS ESPÍRITOS.

 

MAIS TARDE, DURANTE A IDADE MÉDIA, A IGREJA COMEÇOU A CONDENAR O EVENTO, E OS CURANDEIROS QUE SE POSICIONAVAM CONTRA OS DOGMAS ESTABELECIDOS ERAM CONSIDERADOS BRUXOS E QUEIMADOS NA FOGUEIRA. SURGIU, ASSIM, O NOME DIA DAS BRUXAS.





segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Dia da biblioteca escolar - 26 de outubro



Os tempos mudam e as bibliotecas não deixam de ser espaços únicos, inspiradores e sedutores. O Dia da Biblioteca Escolar é celebrado no mês de outubro e tem como objetivo destacar a importância das bibliotecas escolares na educação, assim como promover o gosto pela leitura. A data foi comemorada pela primeira vez em outubro de 1999.

As bibliotecas são espaços essenciais no processo de educação, cultura e informação de uma sociedade e têm como objetivos principais estimular o hábito de leitura e preservar o acervo. Com as alterações na sociedade de informação foram-se ajustando e hoje prestam serviços que vão além de serem um «reservatório de livros».

De facto, a biblioteca é o local onde podemos encontrar um amigo, descobrir mais sobre temas que nos interessam ou, quem sabe, encontrar a companhia e a alegria para prosseguir a nossa vida. A biblioteca é ainda o espaço da descoberta - descoberta de um livro que nos leva a aventuras inesperadas e nunca sonhadas; descoberta de um poema que nos diz tanto; descoberta de que afinal não estamos sós.

Aqui fica o convite para uma viagem - uma viagem com os livros. O cais de embarque está bem pertinho, aqui na biblioteca da escola.

Escolham o que mais vos agradar e partam à aventura. Descubram as maravilhas do mundo real e do mundo da fantasia. Aprendam, sonhem e divirtam-se, divirtam-se muito!

Ah, como é bom viajar assim, faça sol ou faça chuva, haja ou não haja dinheiro na algibeira para gastar!

Ah, como é bom ir à biblioteca!

 



 

terça-feira, 20 de outubro de 2020

20 de outubro - Dia Mundial de combate ao Bullying e Cyberbullying

 

VAIS CONSEGUIR






Lembro-me do nosso primeiro encontro
Encontrei-te espancada depois de mais um confronto
Sem querer ser ajudada
Gritavas que merecias
Com um olho tão inchado, que mal vias
Sempre que me aproximava, tu te afastavas
Mas sempre que me afastava
A minha consciência pesava
Fui ter contigo em busca de uma explicação
Pra ser justo todos te chamarem aberração
Desabafaste em choro como se me conhecesses
Que todos na tua escola queriam que tu morresses
Que te batiam até tu perderes os sentidos
E que para os agradar tinhas tomado comprimidos
Que houve uma altura que querias que te fossem ajudar
Melhor amiga negou-te, pais sempre a trabalhar
Fiquei pasmado, sentei-me servindo de teu encosto
Mas agora éramos dois com lágrimas no rosto
Tens de confiar naquilo que és, naquilo que sentes
Eu sei, não és assim
Tens de confiar naquilo que és, naquilo que sentes

Eu sei, vais conseguir
Vais conseguir, vais conseguir, vais conseguir, vais conseguir
Vais conseguir, vais conseguir, vais conseguir, vais conseguir

Levantei-me e tomei uma decisão
Vou-te ajudar, vou-te dar a mão
Perguntas-te o que é que eu ia fazer
Eu não sabia mas desse por onde desse eu ia te erguer!
Desinfetei te as feridas da cara, o joelho, pus-te em frente ao espelho
E dei-te um conselho
Que eras linda, nada é motivo para te rebaixares
You're amazing just the way you are...
E cantámos Bruno Mars
Tens de confiar naquilo que és, naquilo que sentes
Eu sei, não és assim
Tens de confiar naquilo que és, naquilo que sentes

Eu sei, vais conseguir
Vais conseguir, vais conseguir, vais conseguir, vais conseguir
Vais conseguir, vais conseguir, vais conseguir, vais conseguir
Aos poucos fui notando a tua mudança
Já falavas com as pessoas, mostravas confiança
E o que antes era choro sem saber para onde ir
Passou a ser um choro mas de morrer a rir
Tu que ontem nem por ti sentias amor
Hoje és uma pessoa que se ama e encontrou o amor
És um exemplo para mim, nunca pensei que chegasses até aqui
O fim da história sou eu sentado a chorar, a escrever sobre ti
És um exemplo para mim, nunca pensei que chegasses até aqui
O fim da história sou eu sentado a chorar, a escrever sobre ti
Era suposto eu ser uma pessoa normal
Ter amigos como uma pessoa normal
Olhar-me ao espelho como uma pessoa normal
"És um nojo, és uma aberração, sua inútil, sua besta"
Tanto soco, tanto cuspo, tanto grito no silêncio
Tanto sufoco, tanta vontade de ser aquele o meu último suspiro
Eu sabia que tinha que pedir ajuda
Mas a quem? Mas para quê?
Porque é que eu merecia?
Os olhares frios, a repugnância de ser aquela que ninguém quer
O ser mais fraca, a mais frágil, a mais insignificante
Para quê preocupar os meus pais?
Que trabalhavam dia e noite para sustentar um nada como eu?
Sempre disfarcei as nódoas negras
A maquilhagem da minha mãe sempre foi a minha melhor amiga
A dor constante no corpo?
Então quando se é trapalhão as quedas são uma rotina, não é?
E a falta de apetite ao jantar?
Então, era normal! Com tantos amigos com quem partilhar o lanche
Horas e horas e horas a fio fechada no quarto
Para ser um aluno exemplar é preciso estudar!
Estudar, naqueles livros esborratados de tanto chorar
Ainda bem que eu não dei aquele último passo
Podia ter sido fatal
E eu sabia que tinha que pedir ajuda
Mas a quem? Mas para quê?
E tu? Sentes-te assim? Tu também te sentes assim?
Eu ganhei coragem e pedi ajuda

E o que eu te quero ensinar é que há sempre alguém que te pode ajudar
Basta tu teres a coragem para falar
Eu enfrentei e consegui
Tu também podes superar.

 



Diogo Gouveia de Oliveira Valente, mais conhecido como D8, nasceu na Amadora em 1997. Em 2013 fez uma aposta com um amigo que ia concorrer ao Factor-X e que seria eliminado na pré-seleção. O que começou numa aposta deu uma volta tão inesperada que o percurso do D8 durou até à Gala Final do Factor-X sempre apoiado por um público que torceu pelo D8 até ao fim. Não ganhou, mas hoje diz que o sonho que sempre teve e que nunca achou que fosse acontecer se está a realizar. Hoje escreve músicas sobre tudo o que se passa à sua volta. É a promessa mais nova no mundo do Rap português.