De forma redonda, com um grande buraco no centro, o Bolo-rei é feito de uma massa branca e fofa misturada com passas, frutos secos e frutas cristalizadas. Aparenta uma coroa incrustada de pedras preciosas.
A tradição surgiu em França, no tempo de Luís XIV, para as festas do Ano Novo e do Dia de Reis. No entanto, com a Revolução Francesa, em 1789, a iguaria foi proibida por causa do nome. Felizmente, e como o negócio era rentável, os pasteleiros continuaram a confecioná-lo sob o nome de gâteau des sans-cullottes.
Em Portugal, a primeira pastelaria a vender e a confecionar o Bolo-rei foi a Confeitaria Nacional, em Lisboa, por volta do ano de 1870, através duma receita trazida de Paris. No Porto foi posto à venda pela primeira vez em 1890 por iniciativa da Confeitaria Cascais feito, também, segundo uma receita que o proprietário trouxera de Paris. Assim o Bolo-rei atravessou com êxito os reinados da rainha D. Maria II e dos reis D. Pedro, D. Luís, D. Carlos e D. Manuel II.
Mas, com a proclamação da República, a 5 de Outubro de 1910, vieram os piores tempos para o Bolo-rei, ficando em risco a sua existência por causa da palavra “rei”, símbolo do poder supremo que tinha sido derrubado. O bolo tinha que desaparecer ou arranjar outra designação.
Os pasteleiros continuaram a fabricá-lo, mudando-lhe o nome. Hoje, o bolo recuperou o seu nome original e, apesar da proibição da fava e do brinde, continua a ser um dos doces mais presentes em toda a quadra Natalícia.
LENDA -
Diz a
história que foram os três reis magos, Gaspar, Belchior e Baltazar, a dar
origem ao Bolo-rei, simbolizando os presentes que os magos levaram ao Menino
Jesus aquando do seu nascimento: o ouro, a mirra e o incenso. De acordo com a
simbologia, a côdea simboliza o ouro, as frutas, cristalizadas e secas,
representam a mirra, e o aroma do bolo assinala o incenso.
A fava e o brinde, hoje em desuso por questões de
segurança alimentar, também têm uma explicação. Segundo a lenda, quando os Reis
Magos viram a estrela que anunciava o nascimento de Jesus, disputaram entre si
qual dos três teria a honra de ser o primeiro a brindar o Menino. Um padeiro,
perante a discussão, confecionou um bolo escondendo no seu interior uma fava,
para que aquele que a apanhasse fosse o primeiro a entregar o presente. A
história não conta, no entanto, qual dos três, Gaspar, Baltazar ou Belchior,
foi o feliz contemplado.
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