No dia 30 de novembro, comemorou a cidade de Loulé, o Dia Internacional da Cidade Educadora “Hoje há aulas na rua”. A nossa escola aderiu e os alunos do 12º F e 12º G deslocaram-se, acompanhados pela professora de História A, ao monumento e à Casa Memória Duarte Pacheco. Fizeram ainda, uma breve paragem junto à Câmara Municipal, para observarem o memorial alusivo aos militares do concelho, mortos na 1ª Guerra e na Guerra colonial.
O monumento erigido em homenagem ao Engenheiro Duarte Pacheco, inaugurado nos dez anos do seu falecimento, 16 de novembro de 1953, constitui, nos painéis esculpidos, um testemunho do que foi a vastidão da sua obra, inacabada, interrompida por uma morte precoce. A frase que se lê no muro que o circunda, da autoria de Salazar, presente na sua inauguração, é elucidativa: “Uma vida velozmente vivida e inteiramente consagrada ao serviço pátrio”.
Na Casa Memória, inaugurada em 2012, onde nasceu, no dia 19 de abril de 1943, o Engenheiro Duarte Pacheco, os alunos observaram os retratos dos seus progenitores: o pai, José de Azevedo Pacheco e a mãe, Maria da Glória Pacheco. Conheceram ainda Marçal Pacheco, seu tio, político de destaque, cujo nome foi atribuído à avenida comumente conhecida como “rua de Faro”. Neste espaço, foi ainda possível conhecer o percurso académico e governativo desta figura singular.
Aquele que uns amaram e outros odiaram, dada a forma como atuou, para fazer muito, com poucos recursos, ingressou no IST, no ano letivo de 1916-1917. Concluído o curso em 1923, é convidado, em 1925, para lecionar a disciplina de Matemáticas Gerais, como professor interino. No ano seguinte, é nomeado professor efetivo e convidado para o cargo de diretor interino, ascendendo a diretor efetivo, em 1927.
O desempenho das funções de diretor do IST, foi logo assinalado, pela iniciativa da construção de novas instalações, condignas, aquelas que hoje conhecemos, num dos topos da Alameda D. Afonso Henriques.
Em 1928, é convidado para gerir a pasta da Instrução Pública. Permanece poucos meses nesta função, regressando à direção do IST. Em 1932, assume o Ministério do Comércio e das Comunicações, depois designado das Obras Públicas e Comunicações. Sai em 1936, no seguimento de uma reformulação do Governo, voltando à direção do IST. Retoma o cargo em abril de 1938, novamente convidado pelo Presidente do Conselho, Oliveira Salazar. Conjuga este cargo, durante algum tempo, com o de Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que ocupava desde o início do mesmo ano e para o qual havia sido nomeado. Será o ministro das Obras Públicas e das Comunicações, até ao dia em que ocorre o acidente que o vitimará, no regresso de Vila Viçosa. Tinha ido fazer a verificação da evolução dos trabalhos, relativos à estátua equestre de D. João IV, a qual deveria ser inaugurada, no dia 8 de dezembro.
No conjunto da sua obra, contam-se, para além do Instituto Superior Técnico, já antes citado, o Instituto Nacional de Estatística, a Casa da Moeda, o aeroporto de Lisboa, o estádio nacional, liceus, hospitais, estradas, bairros sociais, tribunais e prisões, quartéis, pousadas, repartições públicas, restauro de monumentos históricos, o Museu Nacional de Arte Antiga, a coordenação da Exposição do Mundo Português, realizada em 1940, o viaduto que perpetua o seu nome. Acrescentemos a construção, em Loulé, de um Centro de Saúde, dos Correios, que os alunos tiveram oportunidade de observar, no decurso do trajeto que efetuaram entre o Monumento e a Câmara Municipal. Foi ainda construída, em Loulé, a designada cadeia nova, assim como foram feitas reparações na Igreja Matriz. Outras realizações ficarão por referir, tanto a nível local, como nacional.
Agradecemos a colaboração da Drª Luísa Martins, do Eng.º Luís Guerreiro e da D. Ricardina Inácio, pelo contributo que deram para a concretização desta atividade que nos propusemos realizar. Integra-se também a mesma, no objetivo da biblioteca da nossa escola, de promover visitas a locais culturais da cidade.
Prof.ª Sílvia Santos
No âmbito da comemoração do Dia Internacional da Cidade Educadora, os alunos do 11º ano das turmas Zs e Zt participaram no projeto promovido pela Câmara Municipal de Loulé, “Hoje há aula na rua”, no âmbito da disciplina de Português. À semelhança de uma afirmação de Almeida Garrett, esta aula pretendeu desenvolver um novo olhar sobre a cidade, de forma a concretizar este propósito: "Vou nada menos que a Santarém (Loulé): e protesto que de quanto vir e ouvir, de quanto eu pensar e sentir se há de fazer crónica”. In Viagens na Minha Terra
Na verdade, esta saída pretendeu desenvolver nos alunos a capacidade de apreciar a beleza cromática e artística da cidade, fonte inspiradora da escrita criativa. Identificaram também, na toponímia urbana, os nomes de autores estudados: Padre António Vieira e Almeida Garrett, entre outras curiosidades que causaram surpresa e entusiasmo nos alunos.
Feita a paragem obrigatória junto à estátua de António Aleixo, os alunos prestaram homenagem a este grande ícone da poesia, lendo, de forma expressiva, algumas das suas quadras.
Um dos momentos importantes de aprendizagem desta nossa “aula” coincidiu com a visita guiada à Capela de Nossa Senhora da Conceição. Tivemos o privilégio de usufruir de uma excelente comunicação, feita pela Dra Isabel Luzia, arqueóloga do município, que nos fez uma viagem temporal muito interessante sobre a origem histórica e artística da nossa cidade, em geral, e do espaço visitado, em particular.
O percurso contemplou, ainda, várias paragens, registos fotográficos, distribuição e leitura de poemas pelas gentes da cidade, e recolha de palavras que foram sendo captadas a partir do real e do subjetivo, que servirão de mote para posteriores produções artísticas.
Prof.ª Arlete Santos
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